Mãe do silêncio e da Humildade, vives
perdida e encontrada no mar sem fundo do mistério do Senhor.
És disponibilidade e recetividade. És
fecundidade e plenitude. És atenção e solicitude pelos irmãos.
Revestida de fortaleza. Em Ti
resplandecem a maturidade humana e a elegância espiritual. És Senhora de ti
mesma, antes de seres Senhora nossa. O teu silêncio não é ausência, mas
presença. Estás abismada no Senhor e, ao mesmo tempo, atenta aos irmãos, como
em Caná.
A comunicação nunca é tão profunda como
quando nada se diz e o silêncio tão eloquente como quando nada se comunica.
Faz-nos compreender que o silêncio não é desinteresse pelos irmãos, mas fonte
de energia e irradiação, não é retraimento, mas projeção, que para dar é
preciso ter.
O mundo afoga-se no mar da dispersão, é
impossível amar com o coração disperso. Envolve-nos com o manto do teu silêncio
e comunica-nos a fortaleza da tua Fé, a altura da tua esperança e a
profundidade do teu amor.
Permanece com os que ficam e parte com
os que vão, Mãe admirável do silêncio!